4 de novembro de 2024 – Em meio à crise devastadora causada pelos ataques israelenses ao Líbano, Ali Fayad, advogado paranaense, residente em Foz do Iguaçu, abandonou temporariamente sua vida no Brasil para apoiar os libaneses em situação crítica. Deixando sua esposa e rotina para trás, Ali se engajou voluntariamente em uma missão humanitária: o resgate e repatriação daqueles afetados pelo conflito. Hoje, no Aeroporto de Beirute, ele celebra um marco importante da “Operação Raízes do Cedro”, com a saída do décimo voo de repatriação para o Brasil.
Ali se dedica ao acompanhamento jurídico voluntário de cada voo e à fiscalização dos embarques, prestando apoio aos repatriados desde o aeroporto. Ao comentar sobre o que testemunhou, ele não esconde o impacto emocional que o cenário de Beirute trouxe:
“O que eu vejo aqui é um Líbano despedaçado, sob a vigia de drones dia e noite, ameaçado por ataques inesperados, iminentes, e sem trabalho, sem moradia. Isso é o que eu vejo aqui. Em Beirute, vejo escolas lotadas de pessoas sem casa, vejo o que sobrou da cidade. E é com muito pesar que percebo que algo não está certo. Eles [os sionistas] não estão atacando só um país; estão atacando um estilo de vida, uma cultura… a cultura da resistência, que defende a justiça, que defende os direitos humanos para todos, especialmente para os palestinos.”
Essa é uma realidade dolorosa, onde muitos são forçados a deixar seus lares e viver em abrigos improvisados. Ali descreve escolas lotadas de pessoas desalojadas e bairros completamente destruídos, destacando que a ofensiva é uma tentativa de extermínio.
Ali entende a importância de sua missão e da ajuda que presta aos que enfrentam o trauma da espera e da repatriação:
“O mínimo que podemos fazer é estar ao lado dessas pessoas. É estar ali com elas, diminuir um pouco a preocupação, dizer que vai ficar tudo bem, tirar as dúvidas, estar no aeroporto com elas, prometer que vão chegar bem e acalmá-las, fazer com que esqueçam os sustos que passaram enquanto esperavam pela repatriação.”
Graças ao esforço de Ali e outros voluntários, muitos encontraram refúgio no Brasil. A Operação Raízes do Cedro já resgatou mais de duas mil pessoas, que agora buscam recomeçar suas vidas longe do horror das agressões sionistas. Embora o caminho de recomeço seja longo e desafiador, a hospitalidade brasileira tem sido uma luz para aqueles que chegam com feridas profundas.
O trabalho de Ali Fayab representa a solidariedade e a resistência de um povo que, mesmo diante da dor e da violência, permanece forte. Sua determinação reflete o espírito brasileiro e libanês, que se faz de grande valor nessa nobre busca pela dignidade humana.