Uma acadêmica da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) relatou, em áudio divulgado em 6 de abril de 2025, ter sido vítima de agressão e insultos xenofóbicos em Manaus. Segundo a Revista Cenarium, o incidente ocorreu na quarta-feira, 2 de abril, em frente ao auditório do IFCHS, durante um evento da campanha da Chapa à reitoria, liderada pela vice-reitora Teca Fraschi. A vítima, que é muçulmana, afirma que um estudante reincidente a atacou, espirrando um líquido em seu rosto e gritando ofensas como “árabe fedida” e “muçulmana maldita”. “Ele atirou um objeto, um vidro, e continuou xingando”, relatou ela, destacando que havia testemunhas, incluindo a vice-reitora.
O agressor, que no dia seguinte a hostilizou nas redes sociais com mensagens associando árabes a terrorismo, justificou-se à vítima alegando exclusão do movimento estudantil — uma acusação que ela refuta como “infundada”. “É uma tática fascista de desumanizar para legitimar a violência”, desabafou a acadêmica, que registrou um boletim de ocorrência, mas ocultou dados pessoais por medo de represálias. “Manaus é reacionária, bolsonarista, agressiva. Até no ambiente acadêmico é perigoso”, acrescentou, solicitando imagens das câmeras de segurança ao prefeito do campus, ainda sem resposta.
O caso expõe o clima de intolerância em uma cidade marcada por tensões políticas. A vítima, que participava de uma concentração pacífica, teme pela segurança de sua família e critica a lentidão institucional. “Não há nada que justifique essa violência”, afirmou, apontando a indignação e o choque dos presentes no ataque, descrito como “rápido e inesperado”. A denúncia reacende o debate sobre xenofobia e islamofobia no Brasil, especialmente em espaços acadêmicos.
ACADÊMICA DENUNCIA XENOFOBIA E AGRESSÃO EM UNIVERSIDADE NO AMAZONAS
