A China, maior importadora mundial de soja, interrompeu as compras do grão dos Estados Unidos e está direcionando toda a sua demanda para o Brasil. Essa mudança estratégica ocorre em um contexto de fortes tensões geopolíticas entre chineses e americanos e de uma busca por diversificação de fornecedores. Como resultado, o Brasil assumiu uma posição de destaque absoluto e sem concorrentes no fornecimento do produto para o mercado chinês.
A informação é fruto de um levantamento da American Farm Bureau Federation, entidade do agronegócio norte-americano, que reúne cerca de 6 milhões de agricultores. Com a paralisação das compras dos EUA, os produtores americanos estão enfrentando preços em queda e um aumento significativo de seus estoques.
Enquanto isso, o Brasil experimenta uma situação oposta, com uma demanda aquecida e preços firmes. A safra recorde brasileira de 2024, estimada em cerca de 150 milhões de toneladas, está sendo escoada quase que integralmente para a China, consolidando uma dependência comercial histórica entre os dois países.
De acordo com os dados do estudo do órgão, os chineses compraram 26,5 milhões de toneladas de soja dos EUA no ano passado, o que representou cerca de 50% de suas importações totais do produto. Em 2025, no entanto, esse volume recuou para 5,8 milhões de toneladas até setembro.