O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou profunda preocupação com a chacina ocorrida no Rio de Janeiro durante a Operação Contenção, que resultou em pelo menos 121 mortos, sendo quatro deles policiais. Através de seu porta-voz, Stephane Dujarric, Guterres enfatizou que o uso da força pela polícia deve seguir as leis e os padrões internacionais de direitos humanos e instou as autoridades a conduzirem uma investigação imediata e completa sobre o caso. A operação, que tinha como objetivo declarado conter a expansão do Comando Vermelho, tornou-se a mais letal da história do estado e a maior chacina já registrada no país.
Enquanto os moradores das comunidades dos complexos do Alemão e da Penha ainda contavam os corpos das vítimas, o número de mortos subiu de 64 para 121 em poucas horas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública. Apesar da dimensão da tragédia, o governador Cláudio Castro classificou a operação como “um sucesso”.
Paralelamente à cobrança internacional, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o governador preste esclarecimentos sobre a operação. Moraes marcou para a próxima segunda-feira (3) uma audiência no Rio de Janeiro para tratar do caso, no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas. O governador deverá detalhar as circunstâncias da ação e as providências tomadas para assistir as vítimas e suas famílias.
