A ONU, através do seu Alto Comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, emitiu um forte alerta contra os recentes bombardeios realizados pelos Estados Unidos no Caribe e no Pacífico. A organização classificou os ataques, que visavam supostos “barcos narcotraficantes” e resultaram em mais de 60 mortes, como violações do Direito Internacional e dos Direitos Humanos. Türk afirmou que não há justificação legal para as operações, considerou-as “inaceitáveis” e exigiu seu fim imediato, salientando que o uso de força letal só é permitido contra ameaças iminentes à vida, o que, segundo a ONU, não era o caso.
Em paralelo às acusações da ONU, o governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, denunciou estar sob uma “guerra multiforme” orquestrada pelos Estados Unidos. Maduro alega que o objetivo real da administração norte-americana é impor uma mudança de regime em seu país para controlar seus recursos naturais, como petróleo e gás. Como resposta à ameaça percebida, a Venezuela iniciou exercícios militares em suas zonas costeiras para se preparar contra agressões externas.
O contexto dessas denúncias é o significativo aumento da presença militar norte-americana na região. Os EUA implantaram um vasto poderio naval e aéreo nas costas venezuelanas, justificando-o como uma medida de combate ao narcotráfico. No entanto, as ações foram acompanhadas por acusações não comprovadas contra Maduro de chefe de cartel de drogas e pela admissão do presidente Donald Trump de que autorizou operações secretas da CIA na Venezuela, intensificando a crise diplomática e as tensões na região.
