Mais de 70 mil pessoas foram às ruas de Belém no sábado (15) na Marcha Global pelo Clima, evento central da Cúpula dos Povos, uma iniciativa autônoma organizada por mais de 1.100 movimentos sociais que se opõem às negociações fechadas da COP30. Sob o lema “Nós somos a resposta”, povos indígenas, camponeses, afrodescendentes, trabalhadores e jovens percorreram 4,5 quilômetros pelas ruas de Belám.
A Marcha Global pelo Clima foi uma declaração de que a justiça climática não se negocia em salões, ela se constrói de baixo para cima, com o povo, contra o capitalismo extrativista. Faixas com slogans como “Agronegócio é fogo”, “Não há justiça climática sem uma reforma agrária popular” e “Colapso ambiental é capitalista” ecoavam em meio a tambores, canções tradicionais e danças ancestrais.
“Trabalhadores de todo o mundo marcham aqui para afirmar que a verdadeira república em que acreditamos é aquela que garante os direitos dos trabalhadores, cuida da natureza pensando nas gerações futuras e sabe defender a soberania do nosso país”, disse Ayala Ferreira, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da comissão política da Cúpula dos Povos.
Os participantes também condenaram o genocídio israelense na Faixa de Gaza, destacando que a causa palestina é a síntese de todas as injustiças do mundo, e que a resistência do povo palestino não é uma escolha, é uma existência sob a constante, diante dos crimes e da destruição israelense que contamina o solo e a água da Faixa de Gaza.

