Ao reconhecer o Somalilândia, Israel contribui para legitimar processos de secessão unilaterais que ignoram tanto o consenso regional africano quanto os princípios fundamentais da União Africana sobre a integridade territorial dos Estados. Esta é a avaliação do Especialista em Geopolítica e Relações Internacionais, Mohammed Hadjab.
Para ele, a postura do regime sionista revela uma profunda contradição. “Israel não pode pretender reconhecer um Estado, cuja existência se baseia em uma construção política artificial, quando a sua própria criação se inscreve em uma lógica semelhante, fruto de recortes coloniais e de relações de força impostas”.
Hadjab avalia que a postura israelense “enfraquece o direito internacional”, ao substituir normas coletivas por reconhecimentos oportunistas. “Além disso, tal decisão reforça dinâmicas de fragmentação política herdadas do imperialismo colonial, aprofundando tensões locais e regionais”. Para ele, “esse tipo de reconhecimento seletivo alimenta conflitos duradouros e compromete qualquer perspectiva de paz baseada no respeito mútuo e na soberania dos povos”.
28/12/2025
Imagem: Arquivo Pessoal

