Há uma ironia cruel no drama palestino: os sionistas matam palestinos com dinheiro árabe — e agora vão reconstruir Gaza com o mesmo dinheiro. Durante décadas, países árabes destinaram seus recursos e investimentos a potências ocidentais que, por sua vez, financiam e armam “Israel”. Assim, o petróleo e o capital árabe acabam voltando à região em forma de bombas e aviões que destroem cidades inteiras e apagam gerações palestinas.
Terminada mais uma ofensiva genocida, inicia-se o ciclo seguinte: a reconstrução. E novamente, o mundo árabe é chamado a pagar a conta. Empresas israelenses e ocidentais se preparam para lucrar com contratos de reconstrução, transformando as ruínas de Gaza em negócio lucrativo. O povo palestino, porém, permanece sem soberania, sem garantias de segurança e sem voz sobre o próprio futuro.
Esse movimento expõe a dependência e a contradição política de parte do mundo árabe, que prefere financiar a normalização e o silêncio em vez da resistência e da libertação. Reconstruir Gaza com o mesmo dinheiro que ajudou a destrui-la é mais do que hipocrisia, é a perpetuação de um sistema que lucra com a dor palestina.
