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JUDAÍSMO VIVE CRISE DE CONSCIÊNCIA COM GENOCÍDI0 EM GAZA, DIZ ARLENE CLEMESHA

Arlene Clemesha, historiadora e professora de história árabe da USP, é uma voz crítica ao sionismo e à ofensiva militar de Israel em Gaza. Em seu livro Marxismo e Judaísmo: História de uma Relação Difícil (Boitempo), resultado de sua dissertação de mestrado de 1998, agora relançado com novos capítulos, ela analisa como movimentos marxistas e socialistas abordaram a questão judaica até a Primeira Guerra Mundial. Clemesha destaca que o marxismo, apesar das contradições, foi a teoria que mais se dedicou à emancipação dos judeus, em um contexto onde o antissemitismo tinha outras feições e o sionismo era menos influente.

Na obra, a autora reflete sobre as transformações do antissemitismo nos séculos 19 e 20, alertando que suas raízes persistem, alimentadas pelo racismo. Ela aponta que críticas às políticas de Israel contra os palestinos, que geram indignação global, podem, em alguns casos, transbordar para sentimentos antijudeus, especialmente quando Israel se apresenta como representante de todos os judeus — algo que nem todos aceitam. Clemesha considera que Israel comete genocídio em Gaza, uma acusação que o país nega, afirmando na Corte Internacional de Justiça que a situação é uma guerra trágica, não um genocídio. Em 2024, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra líderes israelenses e do Hamas por crimes de guerra, decisão que Israel classificou como antissemita.

A pesquisadora defende a solução de um único Estado para unir israelenses e palestinos, embora reconheça a dificuldade de qualquer proposta atualmente. Quer saber mais sobre o tema? O podcast Ilustríssima Conversa traz Arlene Clemesha debatendo essas questões com profundidade. Disponível em plataformas como Apple Podcasts e Spotify, o programa já recebeu nomes como Jessé Souza e Juliana Dal Piva. Assine gratuitamente e mergulhe nessa discussão essencial!

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