Após 12 dias de intensos confrontos com Israel, o Irã emergiu vitorioso, forçando Tel Aviv a aceitar um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e pelo Catar, mantendo seu programa nuclear em pleno funcionamento. O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã declarou que a resposta firme e corajosa das Forças Armadas iranianas “esmagou cada ato maligno do inimigo”, compelindo Israel a recuar e aceitar a trégua. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, classificou o desfecho como uma vitória para a República Islâmica, destacando a resiliência do povo iraniano e a capacidade militar do país em enfrentar uma potência apoiada pelos Estados Unidos.
A guerra, iniciada em 13 de junho por um ataque surpresa de Israel contra alvos iranianos, sob a alegação de que o Irã estaria próximo de desenvolver uma arma nuclear, foi marcada por uma escalada de violência que expôs as fragilidades das defesas israelenses e a determinação iraniana. Apesar das perdas sofridas, com 610 mortos e mais de 4.700 feridos no Irã, segundo o Ministério da Saúde iraniano, o país demonstrou uma capacidade de resistência que surpreendeu analistas internacionais. Em contrapartida, os ataques iranianos contra Israel resultaram em 28 mortos e mais de 1.400 feridos, sobrecarregando as defesas aéreas israelenses, que, pela terceira vez, foram incapazes de conter o volume de mísseis lançados por Teerã.
O Conflito e a Resposta Iraniana
O conflito começou quando Israel, com o apoio tácito dos Estados Unidos, lançou uma operação chamada “Leão em Ascensão”, visando instalações nucleares iranianas, incluindo as usinas de Fordow, Natanz e Esfahan. A justificativa de Tel Aviv, baseada em relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), foi amplamente contestada pelo Irã, que reiterou que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos, em conformidade com o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. A AIEA, por sua vez, reconheceu a ausência de provas concretas de que o Irã estivesse desenvolvendo armas nucleares, o que enfraqueceu a narrativa israelense.
A resposta iraniana foi imediata e contundente. As Forças Armadas do Irã, sob o comando do Líder Supremo Ali Khamenei, mobilizaram uma série de ataques com mísseis balísticos e drones contra alvos estratégicos em Israel. Um dos momentos mais marcantes foi o ataque a Haifa, em 15 de junho, quando mísseis iranianos atingiram alvos militares, expondo as limitações do sistema de defesa antimísseis de Israel. Em Beersheba, um ataque iraniano matou quatro pessoas, enquanto Tel Aviv sofreu danos materiais estimados em US$ 1,3 bilhão, segundo o Ministério das Finanças de Israel.
A mídia estatal iraniana destacou que a “resposta esmagadora” das forças iranianas foi um divisor de águas, forçando Israel a reconsiderar sua estratégia agressiva. “Nossa nação demonstrou que não se curva diante de ameaças externas. Israel tentou nos intimidar, mas foi forçado a aceitar a derrota”, declarou o Conselho Supremo de Segurança Nacional em nota oficial.
O Papel dos Estados Unidos e o Cessar-Fogo
No sábado, 21 de junho, os Estados Unidos intensificaram o conflito ao bombardear três instalações nucleares iranianas, em uma operação chamada “Martelo da Meia-Noite”. Apesar das alegações americanas de que o ataque “obliterou” o programa nuclear iraniano, relatórios de inteligência obtidos pela CNN e análises da AIEA indicaram que os danos foram limitados, com as centrífugas de enriquecimento de urânio sofrendo apenas impactos parciais. Em resposta, o Irã lançou um ataque calculado contra a base americana de Al Udeid, no Catar, na segunda-feira, 23 de junho. O ataque, previamente comunicado aos EUA e ao Catar, foi descrito como “simbólico” pela imprensa americana, mas serviu como um aviso claro da capacidade iraniana de retaliar.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o cessar-fogo na noite de 23 de junho, afirmando que Israel e Irã haviam concordado com uma trégua “completa e total” a partir da 1h de terça-feira (horário de Brasília). A mediação do Catar foi crucial, com o primeiro-ministro Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani convencendo Teerã a aceitar a proposta. Apesar de uma inicial negação do chanceler iraniano, Abbas Araghchi, a mídia estatal iraniana confirmou a adesão ao cessar-fogo, condicionada à interrupção dos ataques israelenses até as 4h da manhã de terça-feira (horário de Teerã).
O cessar-fogo, no entanto, foi marcado por tensões. Israel acusou o Irã de violar a trégua ao lançar mísseis após o prazo estipulado, uma alegação negada veementemente por Teerã. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou a retomada dos bombardeios, mas foi rapidamente repreendido por Trump, que exigiu que Israel “se acalmasse” para evitar uma escalada. A mídia iraniana, incluindo a Press TV, destacou que a aceitação unilateral de Israel ao cessar-fogo foi um “sinal de derrota” diante da determinação iraniana.
A Vitória Iraniana
Para o Irã, o cessar-fogo representou uma vitória estratégica e moral. O presidente Masoud Pezeshkian afirmou que o país “não apenas sobreviveu à agressão de Israel e dos EUA, mas também demonstrou sua capacidade de impor custos significativos ao inimigo”. Ele destacou que a resistência iraniana frustrou os planos de Israel e dos EUA de provocar uma mudança de regime em Teerã, uma ambição que, segundo o major-general português Agostinho Costa, vinha sendo planejada desde setembro de 2024.
O Líder Supremo Ali Khamenei, em sua primeira fala após o cessar-fogo, reiterou que o Irã “nunca se renderá” e classificou as exigências de Trump como “irracionais”. Ele celebrou a bravura das Forças Armadas iranianas, que, segundo ele, “humilharam as potências sionistas e imperialistas”. A imprensa estatal iraniana reforçou essa narrativa, apontando que o programa nuclear do país, embora danificado, permanece operacional e será reconstruído. A Agência de Energia Atômica do Irã prometeu restaurar a indústria nuclear para evitar interrupções na produção de energia.
Analistas iranianos, como ventos de apoio internacionais, como Hamidreza Gholamzadeh, do grupo Casa da Diplomacia, enfatizaram que o cessar-fogo foi uma prova da resiliência iraniana. “Israel e os EUA subestimaram nossa determinação. A resposta iraniana foi um recado claro: qualquer agressão será respondida com força”, afirmou Gholamzadeh. Ele também destacou o apoio de aliados como Rússia e China, que condenaram os ataques ocidentais e reforçaram a posição do Irã no cenário internacional.
Impactos e Perspectivas Futuras
Para o futuro, o Irã promete reconstruir suas infraestruturas danificadas e fortalecer suas defesas, enquanto mantém seu compromisso com a resistência palestina e seus aliados regionais. A “Guerra dos 12 Dias” será lembrada como um marco da resiliência iraniana, que, contra todas as expectativas, enfrentou duas potências militares e saiu vitoriosa.