O jornalista israelense Yuval Abraham revelou na segunda-feira (11), que Israel criou uma unidade secreta dentro da Diretoria de Inteligência Militar (Aman), chamada “Célula da Legitimidade”. Seu objetivo é produzir narrativas que forneçam “cobertura legal e midiática” para as ações do exército na Faixa de Gaza, particularmente os ataques a jornalistas.
A célula dedicou amplos esforços à busca de evidências que pudessem ser usadas para retratar alguns jornalistas em Gaza como membros disfarçados do Hamas, com o objetivo de justificar seus assassinatos ao público israelense e internacional. No entanto, seus esforços falharam devido à falta de evidências confiáveis, de acordo com o jornalista.
Abraham acusou o exército de usar documentos que supostamente comprovavam que o jornalista Anas al-Sharifingressou no Hamas em 2013, quando tinha 17 anos. Ele observou que essa alegação, mesmo que verdadeira, não justifica a perseguição a um jornalista. Caso contrário, a maioria dos jornalistas israelenses que serviram no exército também seriam considerados alvos legítimos.
Ele sugeriu que Al-Sharif foi assassinado para impedi-lo de documentar as próximas operações militares na Cidade de Gaza, observando que o assassinato de jornalistas e a proibição da entrada da mídia internacional na Faixa de Gaza constituem uma política sistemática para ocultar crimes.