Em agosto de 1945, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki tornaram-se sinônimo de aniquilação. Duas bombas atômicas americanas as destruíram, matando mais de 200 mil pessoas. Oitenta anos depois, outro lugar está sendo gravado na memória global: Gaza, uma estreita faixa de terra cujo bombardeio está quebrando precedentes históricos.
Dados de analistas militares, organizações de direitos humanos e jornalistas independentes sugerem que a escala de explosivos lançados em Gaza excede em seis vezes a força destrutiva liberada em Hiroshima e Nagasaki. O analista militar e professor emérito da Universidade de Bradford, Paul Rogers, comparou a devastação em Gaza à história nuclear.
“Se considerarmos a tonelagem total de armas lançadas — principalmente bombas, mas também mísseis e dezenas de milhares de projéteis de artilharia —, chegamos a um total de algo em torno de 70.000 toneladas de explosivos. Hiroshima tinha cerca de 12 quilotons, então estamos falando do equivalente a seis Hiroshimas”, disse Rogers em uma entrevista.